terça-feira, 15 de junho de 2010

Vídeo - Que Talk. 2 - AV2

Breves considerações sobre as relações entre linguagem, cultura e educação evidenciadas no vídeo “Que Talk”

Na disciplina Aspectos Antropológicos e sociológicos da Educação, o vídeo “Que Talk” (Festival do Minuto, 1992) serviu-nos como instrumento de pesquisa e analise da pós-modernidade. Procuramos, neste período, tencionar criticamente as relações entre linguagem, cultura e educação. Num primeiro momento, os debates sobre esta intrincada relação deram origem a um leque de possibilidades de análise, numa multiplicidade de aspectos que nos levaram a pensar este tema como jamais o teríamos imaginado. Verificamos que a filosofia, a antropologia, a lingüística, a psicologia, a sociologia e a inteligência artificial, dentre outros diversos campos do saber, têm contribuições magníficas a dar sobre o tema, convidando-nos a entrar num universo vasto de considerações novas e de infindáveis questionamentos sobre como, afinal, linguagem, cultura e educação se relacionam na pós-modernidade.
Após a troca de e-mails, textos, idéias, opiniões, após as aulas, slides e debates, e depois de filtrarmos todos os nossos “achismos” sobre o tema, alguns aspectos do problema tencionado mereceram uma maior atenção de nossa parte.
Visto, revisto e analisado, o conteúdo do vídeo “Que Talk” nos remete a uma critica da linguagem cultural em nossos dias, pautada por um evidente esvaziamento lingüístico somado a um empobrecimento da fala e a uma crescente desvalorização da língua materna. A temática do programa de entrevistas, utilizada na obra, reveste ironicamente esta critica e ressalta o “drama” da pós-modernidade: a linguagem é uma troca, mas se esta troca for vazia de significado, o produto cultural gerado pela troca será, conseqüentemente, esvaziado de sentido.
“A linguagem não pode ser considerada como um simples instrumento, utilitário ou decorativo, do pensamento. O homem não preexiste à linguagem, nem filogeneticamente nem ontogeneticamente. Jamais atingimos um estado em que o homem estivesse separado da linguagem, que elaboraria então para “exprimir” o que nele se passasse: é a linguagem que ensina a definição do homem, não o contrário”.
A troca vazia gera idéias vazias, e não apenas idéias. No buraco negro do esvaziamento, cabem, também, o pensamento particular e universal, os relacionamentos afetivos, as relações familiares e de trabalho, as considerações acerca da identidade humana no mundo, a ética pessoal, o comportamento social, as aspirações individuais e até a esperança política.
Mas tal esvaziamento não nasceu do nada, ele foi “cultivado” com o passar do tempo através da falência gradativa dos grandes pilares da sociedade (Estado, família, religião, escola), falência esta ocasionada pela irreversível mutabilidade histórica trazida pelas transformações sociais ocorridas nos últimos séculos, especialmente a partir do advento da filosofia iluminista e das revoluções Industrial e Francesa, que, inegavelmente, favoreceram o desenvolvimento da linguagem humana pela interrelação globalizante entre os povos. A nova relação entre as nações, oriunda do capitalismo pós-moderno, conduziu a humanidade a um entrelaçamento entre os povos, suas línguas, sua cultura local, e entre os Estados nacionais, bastante profícuo, diga-se de passagem, mas coincidiu, não raras vezes, com o fracasso político das instituições democráticas pelo advento ao poder de sistemas totalitários.
“A chamada "pós-modernidade" aparece como uma espécie de renascimento dos ideais banidos e cassados por nossa modernidade racionalizadora. Esta modernidade teria terminado a partir do momento em que não podemos mais falar da história como algo de unitário e quando morre o mito do progresso. É a emergência desses ideais que seria responsável por toda uma onda de comportamentos e de atitudes irracionais e desencantados em relação à política e pelo crescimento do ceticismo face aos valores fundamentais da modernidade”.
Assim, se o mundo viu nascer a idéia de globalização, que entrelaça as diversas culturas, viu também nascer um grande descrédito em relação às instituições basilares da sociedade que, muitas vezes, não representavam as aspirações da população, mas sim dos poderes políticos ora constituídos. Ou seja, a globalização afastou as pessoas das instituições sociais tradicionais mas, para compensar, acabou fazendo com que elas se unissem independentemente do pertencimento social natural.
Hoje, no território livre da internet, a idéia de “comunidade” ultrapassa o limite do tempo e do lugar, ligando pessoas diferentes, de locais diversos, com historias distintas e, talvez, sem nenhuma outra afinidade, a não ser por um único aspecto em comum: o elo que liga os grupos sociais modernos, as chamadas tribos urbanas, uma nova idéia de fraternidade, cujos laços formais inexistem, dando lugar a laços subjetivos, mutáveis, mas importantes a seu modo, que contam com um código próprio de fala e de comportamento.
O falar e o agir das tribos estão intimamente relacionados. As tribos agem, comportam-se, de acordo com conceitos bem particulares, não necessariamente lógicos, mas que fazem sentido para os que a elas pertencem. Esta pertença é a identidade da atualidade, da liquefação cultural que vivenciamos. A fala diferenciada é o código de comunicação de seus membros, a “língua” que o grupo fala. A identidade que o sujeito escolhe para si assumiu uma importância ontológica superior aquela adquirida por nascimento.
Em decorrência, o modo como o individuo deseja se expressar torna-se mais importante do que o modo como ele deveria se expressar em sua língua materna, afetando-a e desvalorizando-a, como se sua estrutura formal fosse um sinal do elemento tradicional, que se quer afastar. O que o indivíduo quer comunicar com o seu código lingüístico particular e comum aos seus pares não parece caber na língua padrão. Ou seja, esta, que é vasta em sua abrangência acabou por tornar-se obsoleta para a necessidade de especificidade do eu.
Na cultura liquida, o eu é a medida de tudo. Mesmo a pertença a um grupo não significa uma estabilidade social, mas simplesmente um estado do eu aqui-agora, mutável essencialmente, transformador, metamorfoseado. Em suam, na atualidade, o eu é liquido.
“Para a grande maioria dos habitantes do líquido mundo moderno, atitudes como cuidar da coesão, apegar-se às regras, agir de acordo com precedentes e manter-se fiel à lógica da continuidade, em vez de flutuar na onda das oportunidades mutáveis e de curta duração, não constituem opções promissoras”
Este conceito é paradigmático e por isso mesmo irreversível. O que nos interessa, não apenas como estudantes e futuros profissionais de educação, mas principalmente como críticos da sociedade à qual pertencemos, é como esta liquefação da cultura pode favorecer o enriquecimento da mesma e que papel a educação tem neste processo.
Contudo, “o que parece ser a decadência da cultura é o seu puro caminhar em direção a si mesma” . Com esta afirmação, o filosofo Adorno chama a nossa atenção para o fato de que a cultura, ainda que para alguns se encontre hoje à beira de um colapso, sempre encontra saídas históricas para que o fenômeno da socialização, nossa característica mais marcante, aconteça dia após dia.
Nesta busca incessante de harmonização social e frutificação cultural, a educação exerce um papel basilar: sem ela, a sociedade fracassaria, pois viver em sociedade, o homem tem de ser “humanizado”, ou seja, ter sua racionalidade lapidada educativamente. É a educação que torna o homem um ser humano de verdade, que torna o animal racional um ser, de fato, pensante, agente e transformador do meio em que vive. É a educação que nos torna “seres falantes”, pois linguagem e pensamento são duas faces da mesma razão. Por isso, a linguagem é a expressão do pensamento. Se este é pobre, aquela, conseqüentemente, será, também, esvaziada de sentido.
Com efeito, a educação não pode prescindir da idéia de homem concreto. A escola, por sua vez, não pode fechar os olhos à liquefação da cultura à qual estão inseridos os estudantes. Sem esta aceitação do real, a escola trabalhara sempre com métodos obsoletos e distantes da realidade próxima e eleita pelos alunos. Estes, por sua vez, não se reconhecendo nela, desenvolverão a idéia nociva de que a escola não os compreende e de que ela está aquém de suas aspirações e necessidades.
A escola, então, passará a ser um ambiente de transmissão de conhecimentos estáticos, quando deveria, por outro lado, ser um ambiente propício para a geração de um conteúdo motivado pelo amor ao ato de conhecer, sem dúvida, “o viver” próprio do homem. Mas qual deve ser a face da nova escola? Neste período de conflito, de transição entre o modelo antigo, desgastado, e o modelo novo, que ainda não nasceu de fato, dar respostas simples e rápidas pode ser, além de superficial, bastante perigoso para o desenvolvimento da educação. Conclusões pouco embasadas desprezariam aspectos importantes de uma questão aberta, que carece de atenção e de um grande volume de discussões correlatas. Mas isso não nos impede de formular perguntas. Ao contrário, uma questão aberta é, por si só, um território de exploração, de descobertas. É necessário pensar.
“Que espécie de currículo deveremos ter na escola para enfrentar esse desafio? De quais características da modernidade e do currículo moderno, deveremos livrar-nos a fim de fazer com que a escola consiga se alinhar aos novos tempos? O que conservar? Quais modismos evitar? [...] Quais valores, práticas e identidades são, em princípio, dignos de respeito e porquê?”
Por isso, uma escola que determina imperativamente o conteúdo a ser apreendido, que despreza a cultura multimídia, marca de nossa época, que despreza o ambiente especifico de vivencia dos alunos, que não entende o conhecimento de forma interdisciplinar e que não forma os seus profissionais de modo a capacitá-los a estabelecer uma frutuosa relação de comunicação com a turma, será lembrada por eles como um monumento à incompreensão. A escola não deve ser “lembrada” pelos alunos, mas vivenciada no seu dia-a-dia.
“Os educadores precisam compreender que ajudar as pessoas a se tornarem pessoas é muito mais importante do que ajudá-las a tornarem-se matemáticas, poliglotas ou coisa que o valha”.

Alunos: Aleandes Nascimento dos Santos, Ana Maria Dolianiti, Carolinie Gomes da Silva, Marcela Maria Almeida Silva, Miriam Cristine Viana Coelho, Nicole Cavalcante Tavares e Valdir Bispo Pitanga.






segunda-feira, 14 de junho de 2010

VÍDEO 6.1 - QUE TALK - AV2

(http://www.youtube.com/watch?v=tyjd9VpqsRY)


“Que Talk” retrata de uma maneira irreverente e bem humorada o decréscimo da língua na sociedade. O” Empobrecimento da Fala” é exemplificado através de dois travestis onde em uma entrevista se comunicam utilizando uma linguagem própria. Ambos repetem a mesma frase, tanto para perguntar quando para responder:
“Uma loucura? Uma coisa louca!”.

Esta obra sendo assistida através de um ponto de vista meramente superficial não nos revela o verdadeiro sentido de sua criação. Seu propósito vai além de fazer o telespectador rir. A obra nos convida a pensar e refletir sobre um grande problema que afeta nossa sociedade.
A partir da análise crítica do vídeo observamos uma linguagem tribal utilizada pelos personagens que exemplifica a realidade lingüística social.

Tribos Urbanas

“ Sociedade humana rudimentarmente organizada. / Na Antiguidade, divisão do povo: o povo romano era dividido em tribos. / História natural na classificação sistemática, subdivisão menor que a subfamília”. (definição de tribo pelo Dicionário Aurélio )

Alguns pensadores do século XX, como Maffesoli, definem tribos urbanas como “a moda dos grupos iguais, onde pensam e sentem uns como os outros”. Isso se dá pela diversidade cultural existente em todos os lugares do mundo.
Os movimentos que são identificados como tribos urbanas se estetizam através de seu vestuário, tem emoções coletivas, se organizam em comunidades e possuem uma linguagem própria.Esses grupos cada vez mais, estão sendo estudados por profissionais como psicólogos e sociólogos, que tentam entender melhor o universo desse “fenômeno” caracterizado pelos grandes centros urbanos.

“Acontece que por detrás dessas “tribos” há sempre um motivo pelo qual ela foi criada: medos, complexos, tais como: rejeição, exclusão, vontade de ser diferente, querer ser notado... Mas todas são criadas com um único objetivo: mostrar a todos que “EU TAMBÉM TENHO MEU LUGAR NA SOCIEDADE””

(Camila Cury – Vida de Adolescentes, acesso em 25/01/2010, http://www.escolainteligencia.com.br/blog/vida-de-adolescente/tribos/)

Outros pensadores, no entanto, definem as tribos urbanas como sociedade afetiva. Este é um conceito bem interessante que acreditamos fazer parte de todas as tribos, pois a sobrevivência delas depende de um relacionamento que envolve identificação, pensamentos e idéias bem semelhantes.
As tribos estão presentes em todas as fases do ser - humano, porém, é no universo jovem que essa manifestação se acentua, no intuito de se exteriorizar a maneira de como ele se situa no mundo e a idéia de como é ser jovem.
É por este motivo que, em alguns casos características como vestuário ou linguagem são extremamente exacerbados. Uma maneira de se impor, de chamar a atenção para si mesmo ou para o grupo.

“A estética que se elabora na imagem parece, ao que tudo indica, pode ser como uma linguagem que impulsiona e favorece a formação de pequenos grupos ou tribos. A eficácia da aparência assume a função de identificar, de agrupar. Nas grandes cidades, em que os sujeitos se tornam anônimos na multidão, torna-se possível ser visível, e reconhecido”. (CASTRO,1998).

Após a análise de alguns pensadores, percebemos que na pós-modernidade o indivíduo fica mais vulnerável à cultura da materialidade e perde-se um pouco da essência de tribo. Torna a identidade nômade, e, suscetível a lógica do consumo do mercado.

“No livro “Modernidade Líquida”, Zygmunt Bauman usa a metáfora da “liquidez” para caracterizar o estado da sociedade de nosso tempo que, como líquido, é incapaz de manter a forma fixa, estética. Sua agilidade, ao contrário da antiga “modernidade sólida”, faz com que na “modernidade líquida” as instituições, os estilos de vida, crenças e convicções mudem antes que tenham tempo de se solidificar em costumes, hábitos e verdades “auto-evidentes”
(HTTP://cultura-liquida.blogspot.com/2006/10/cultura-liquida.html)

Maffesoli (1988) afirma que:

“O que podemos reter dessas histórias é que existe um constante movimento de vaivém entre as tribos e a massa se inscreve num conjunto que tem medo do vazio”

“Já se foi o tempo do roqueiro que só se vestia de preto e do gótico que não ouvia reggae. As tribos urbanas ainda estão aí, mas os jovens transitam sem problemas entre elas. “É como se surfassem umas nas outras”.
(Revista Veja – edição especial julho de 2003)

Nessa onda entre tribos nota-se a superficialidade da fala, o social comunica-se de forma monossilábica, onde muitas vezes há a incapacidade de estruturar frases com sentido. O uso da linguagem tribal alimenta o empobrecimento da língua.

“Quem não sabe falar bem não consegue justificar a sua própria existência. O decréscimo da língua portuguesa empobrece o país”
(Antonio Olinto, membro da Academia Brasileira de Letras,http://www.lerparaver.com/braille_escrita)

A comunicação precária desses grupos afeta de forma direta na formação dos indivíduos nos aspectos profissional, social e educacional.
Em seu livro A língua Portuguesa e a unidade do Brasil Barbosa Lima Sobrinho, defendia que o país ainda não se dividiu justamente por conta da língua. Todavia, a segmentação da linguagem de tribos, como funkeiros, gangues de rua, skatistas, pode trazer prejuízo no futuro. Isso pois a maior parte dos jovens não aprendeu a própria língua. Por isso os adolescentes correm o risco de continuar utilizando a linguagem falada nos grupos durante toda a vida.

“Senão estaremos formando pessoas despreparadas até mesmo para seguir uma carreira profissional.”  (Barbosa Lima Sobrinho)

A linguagem tribal é uma forma de identidade cultura, estruturada por gírias ou jargões de grupos específicos.

“Giria é um sentido lato, a linguagem especial de um grupo social ou class profissional; em sentido restrito, linguagem particular de um grupo caracterizada por deformações intencionais, criações anômolas, transformações semânticas, de caráter burlesco, jocoso ou depreciativo”. (LUFT,1973)

“Num sentido linguísticamente mais técnico: representa exclusivamente uma forma de língua na qual o léxico específico está ligado a um grupo social, ou porque o grupo tem uma vida fechada (a gíria politécnica ) , ou porque ele elaborou uma língua secreta que o protege ( a gíria dos malfeitores, a gíria dos mercadores, comerciantes)”. (CARDONA,1991)

Gíria não é jargão, e vice versa. A gíria é uma linguagem que pode sair do grupo e ir para o social, pode até se tornar comum na linguagem popular. O jargão é uma linguagem técnica, específica de uma profissão por exemplo.

Na educação

No âmbito educacional a formação de tribos e suas conseqüências também estão presentes. As gírias e linguagem empobrecida são fortemente utilizadas nesse universo.
O discente usa essa linguagem para fazer parte do grupo, ser aceito, se socializar. O docente também utiliza com o mesmo propósito, o de ser “aceito” e de chamar a atenção de seus alunos em prol de uma aprendizagem mais dinâmica e interativa.
Nesse espaço democrático que é a sala de aula, há a manifestação desses grupos e o professor precisa estar preparado para entrar nesse universo e interagir com os alunos levando em consideração as diferenças individuais de cada um (social, emocional, física e cultural).

“Nesse novo cenário da educação, será preciso reconstruir o saber da escola e a formação do educador.”

“... o professor deverá ser mais criativo e aprender com o aluno e com o mundo.”

“Para viver esse tempo presente, o professor precisa engajar as crianças para viver no mundo da diferença e da solidariedade entre diferentes.” (Perspectivas Atuais da Educação – Moacir Godotti – Porto Alegre 2000)

A sala de aula é um espaço onde há uma troca constante, e o professor é responsável por transcender a barreira do transtribal.
É importante que o docente não tenha preferências em sala de aula, porém é necessário que ele crie um relacionamento de afetividade com seus alunos.
O desenvolvimento e a aprendizagem na educação se constroem quando a interseção é representada pela afetividade, pois é através dela que os objetivos são atingidos.

“Ensinar, entretanto, não é somente transmitir, não é somente transferir conhecimentos de uma cabeça a outra, não é somente comunicar. Ensinar é fazer pensar, é estimular para a identificação e resolução de problemas; é ajudar a criar novos hábitos de pensamento e de ação.

Isto não significa que a exposição não deva ter estrutura alguma, ou seja melhor professor ser um mal comunicador. Significa, sim, que a estrutura da exposição deve conduzir à problematização e ao raciocínio e não à absorção passiva das idéias e informações do professor. Significa desenvolver “empatia”: colocar-se no lugar do aluno e, com ele, problematizar o mundo para que, ao mesmo tempo que aprende novos conteúdos, desenvolva seu máximo tesouro: sua habilidade de pensar”.
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As Conseqüências

O uso da linguagem empobrecida acarreta muitas conseqüências na vida do indivíduo. No cenário escolar, social e profissional.
No escolar, o aluno tem dificuldades de interagir com o meio, assimilação do conteúdo, estruturar pensamentos.
Os alunos transformam-se em adultos sem capacidade de expressão na sociedade, que não sabem organizar suas idéias, não conseguem ler o mundo e utilizam vocabulário inadequado.
No profissional, o indivíduo traz uma herança do cenário escolar, envolvendo o social e afetando o profissional.

Perspectivas de solução

Acreditamos que da mesma forma que a desistruturação da sociedade envolve vários fatores; como culturais, políticos, financeiros, familiares, religiosos levando décadas para ocorrer e se fazer presente em nossa sociedade,também não será de uma hora para a outra que iremos atingir o equilíbrio desta.Hoje devemos não só pensar que mundo deixaremos para os nossos filhos ,mas também que filhos deixaremos para o mundo.
Os grandes centros urbanos são os que mais sofrem,pois é onde a diversidade cultural é grande; e; a importância com o eu prevalece sobre a importância do próximo, da solidariedade.
A incessante busca de prazeres passageiros através de um bem estar egoísta,nos faz ver que as estruturas sólidas já não mais existem e que na pós-modernidade a liquidez trouxe a decadência dos pilares.
Segundo vários filósofos,antropólogos e psicólogos, somos seres sociais ;logo ;todo nosso conhecimento é adquirido através da educação e da cultura e para que haja o desenvolvimento de idéias e de ideais,precisamos interagir com a finalidade de resgatar alguns valores,adaptando a nova sociedade ;precisamos ter consciência da necessidade da mudança,precisamos querer e lutar por isso para que os pilares sejam reestruturados. A mídia e a rua,pilares adiquiridos nessa globalização devem ser usados como meio de interseção nesse objetivo.

Alunos: Isabela Cavalcanti, Mônica, Débor, Luiz Carlos e Carla Barbosa.

VÍDEO - O PEIDO - AV2

O vídeo em questão, “O Peido”, retrata uma cena na qual uma distinta senhora, muito bem vestida, aparentemente burguesa, senta e degusta elegantemente seu chá em um ambiente sofisticado. O telespectador observa essa cena durante 1 minuto, até que para sua surpresa, ela discretamente deixa escapar um sonoro “pum”. O que poderia ser motivo de riso, é usado como ponto de partida para o desenvolvimento desse trabalho acadêmico. O peido, conforme apresentado no vídeo, rompe com a ordem e, por conseguinte, com padrões esperados de comportamento.
O vídeo, portanto, faz um sutil contraste entre Modernidade e Pós-Modernidade. Ele alerta para a decadência da sociedade moderna e a instauração da Pós-Modernidade, contrapondo os costumes clássicos da alta cultura europeia com as novas manifestações artísticas, que têm como objetivo mostrar o mundo real e estranho, diferente do mundo perfeito e utópico representado pela arte clássica. A partir desse vídeo, pode-se fazer uma co-relação entre esses dois períodos históricos e como os ideais contidos em cada um afetam a vida dos indivíduos que vivem nas sociedades pós-industriais.
A sociedade industrial moderna surgiu a partir da máquina, de artigos produzidos em série e padronizados, e caminhou rumo ao progresso seguindo os passos do projeto Iluminista que pregava o desenvolvimento material e moral do homem através do conhecimento. Para Bauman (1999), a Modernidade teve seus fundamentos baseados na ordem, onde tudo deveria ser ordenado e controlado. O Estado moderno buscou conhecimentos técnico-científicos para organizar e assim poder controlar os povos, construindo o que se achava ser uma vida melhor, ideal. Os valores e instituições eram delineados, sólidos e racionalmente planejados: família, trabalho, escola, igreja, política. As utopias modernas retratam um mundo perfeito, “transparente – em que nada de obscuro ou impenetrável se colocava no caminho do olhar; um mundo em que nada estragasse a harmonia; nada “fora do lugar”: um mundo sem “sujeira”; um mundo sem estranhos”. (BAUMAN, 1998 p. 21)
Como parte de um processo de transformação, veio a ruptura com a Modernidade e o início da Pós-Modernidade, trazendo em si mudanças de costumes e valores. O mundo moderno, de certezas, passou a ser substituído por uma cultura de indeterminações e incertezas. Ao contrário da sociedade moderna, o mundo atual pós-moderno enxerga o que está fora do lugar e tenta mostrar aquilo que a sociedade tentou esconder e nunca quis tomar conhecimento. É criado um movimento onde o que era marginalizado no passado, hoje é trazido ao centro, possibilitando aos integrantes de uma sociedade transitar entre os meios. Nesse novo conceito de mundo, surge uma inquietação com as miudezas cotidianas, com o estranho e feio do dia-a-dia, com tudo aquilo que é marginal.
Pensando na arte como manifestação cultural, é justamente esse descentramento que abre caminho para novos espaços de contestação, causando uma importantíssima mudança nas relações culturais populares, cada vez mais mutáveis. Com isso, há um esvaziamento da estética e não existem mais padrões limitados para representar a realidade: o banal, o sujo, o feio, o cotidiano, o que está nas ruas, viram matéria-prima na mão do artista. É a “desestetização” da arte clássica: ela abandona a ordem, a beleza, a forma, o valor ao supremo e eterno e ataca a própria definição, utilizando matérias do cotidiano e abandonando o convencional. O objetivo artístico é trazer à tona as profundas mudanças sociais e culturais, sendo a melhor forma de denunciá-las, esfregar na cara da sociedade a precariedade em que ela se encontra. A cultura popular pós-moderna parte de imagens despercebidas no cotidiano, assim como a miséria e a sujeira, para formar composições que permitam que espectador, acostumado a apenas absorver ideias e valores, passe da contemplação à ação e se transforme em fruidor, questionando aquilo que é banalizado. Questionar, então, é “desbanalizar” o banal.
Para Hall (2009), a distinção entre erudito e popular é precisamente o que o pós-moderno global está deslocando. Sendo assim, a arte abandona museus, galerias e teatros e é lançada às ruas com outra linguagem, assimilável pela massa, que passa a dar valor à arte “banal” cotidiana. O Pós-Modernismo, segundo Siqueira (2002), “não limita-se às áreas de literatura, arquitetura e artes plásticas, mas é uma realidade genuinamente histórica e socioeconômica”, pois só ele é capaz de representar uma mudança cultural rumo ao popular. Segundo Hall (2009), é através do Pós-Modernismo que se dá o descentramento das antigas hierarquias, abrindo caminho para novos espaços de contestação, ele se faz presente nas instituições, nas relações humanas, nas ruas, nos bares, na mídia de massa, na roupa colorida, nos cabelos, na pele, na música, nas tribos. Várias tendências e estilos são misturados sob o mesmo nome; ele é plural, aberto e líquido, flutuando no que não se pode decidir. Alan (2008, apud BAUMAN), sobre isso diz:
Para a grande maioria dos habitantes do líquido mundo moderno, atitudes como cuidar da coesão, apegar-se às regras, agir de acordo com precedentes e manter-se fiel à lógica da continuidade, em vez de flutuar na onda das oportunidades mutáveis e de curta duração, não constituem opções promissoras.
Há, nessa nova cultura, uma ruptura de barreiras e fronteiras, uma oposição ao clássico, à regra, à ordem, ao progresso, à verdade, à centralização, à referencialização e tantos outros valores gerados pelo sonho positivista. No entanto, a pluralidade pós-moderna traz marcas negativas. Segundo Santos (2000), no Pós-Modernismo o coerente é ser incoerente, pois o indivíduo se encontra fragmentado, inserido em um contexto onde caos e ordem se misturam. A vida no ambiente pós-moderno é um show constante, o sujeito é bombardeado o tempo todo com informações parcelares que nunca formam um todo, mas que causam importantes efeitos culturais, sociais e políticos. Diante dessa nova realidade, Bauman (2001) acredita que a solidez das instituições sociais acabou se liquificando e tornando-as não mais sólidas e inabaláveis. O mesmo Positivismo que levou a humanidade ao desenvolvimento tecnológico construindo a máquina para servir ao homem moderno, transformou esse homem também em máquina para servir ao capitalismo, o que resultou em um afastamento daquilo que é essencial ao ser humano, como valores e morais. Como consequência, o mundo pós-moderno carrega a dissolução de laços afetivos e sociais, onde os indivíduos vivem um tempo de desapego, de individualização e de indiferença em relação aos valores coletivos. O homem, por estar no centro de um mundo confuso e plural em linguagens e culturas, não possui um referencial substancial, apresentando assim dificuldade em criar sua identidade e suas representações sociais diante de tamanha contradição.
A partir desse cenário atual da humanidade, se busca compreender o real papel da Educação enquanto agente transformador e ao mesmo tempo propulsor de um espaço para reflexão desse novo indivíduo nessa nova sociedade. Segundo Filho (2008 apud ARENDT), “a essência da Educação é a natalidade, o fato de que seres nascem para o mundo”, no entanto a grande dificuldade no Pós-Modernismo é justamente introduzir esse novo indivíduo nesse novo mundo que se apresenta individualista e em crise. A escola, assim como as demais instituições, está em fase de transição e de entendimento de si mesma e de sua função perante o novo contexto social. Sua estrutura ainda está, de certa forma, pautada nos antigos fundamentos modernistas, o que dificulta sua adaptação às necessidades da sociedade pós-moderna.
A Educação, na sociedade moderna, era entendida por seu papel “socializador”, pois através dela eram constituídos e mantidos os sistemas sociais, pois sem a socialização, o sistema não era capaz de se manter integrado e de preservar sua ordem e equilíbrio. Para os pensadores modernistas, uma sociedade só sobrevive quando seus integrantes assimilam e internalizam os valores e normas de determinado sistema social. Durkheim (2007) reforça essa ideia e ainda vai além, quando ressalta o papel do professor no processo de socialização e afirma que “a criança só pode conhecer o dever através de seus pais e mestres. É preciso que estes sejam para ela a encarnação e a personificação do dever. Isto é, que a autoridade moral seja a qualidade fundamental do educador”. A autoridade era usada como ferramenta para que o indivíduo criasse sua identificação com o sistema social através de uma relação de poder. De certa forma, no Modernismo, era a partir da ação educativa que se buscava um controle e equilíbrio nas relações de forças sociais.
As mudanças paradigmáticas que ocorreram no decorrer do século XX e ainda estão acontecendo no século XXI, tendem a ir contra o pensamento modernista de educar para “domesticar”, que pregava uma forma passiva de Educação mediante uma autoridade incontestável, a do educador, que transmite informações e imposições ao educando, este se tornando um mero receptor de conteúdos e ideais sem gerar o conhecimento. Através da negação da criatividade e da crítica era definido e ditado o perfil de cidadão que uma sociedade deveria ter. A crise pós-moderna abre espaço para pensar no homem como sujeito que é transformado e ao mesmo tempo transformador do mundo em que vive. Assim sendo, a Educação aparece como meio de trazer conscientização e libertação ao indivíduo, despertando nele a crítica e desenvolvendo a capacidade de interpretação, avaliação e análise de experiências individuais e coletivas. Vidal sugere que somente através da conscientização o homem consegue tomar consciência da realidade, e só assim descobre a si mesmo e suas relações com o mundo. Em um mundo de identidades fragmentadas, esse processo é fundamental para o homem sair de seu estado imerso na realidade, onde ele não tem capacidade de formular um pensamento crítico, para ir de encontro à descoberta de sua identidade e se tornar mais reflexivo sobre essa mesma realidade.
No entanto, ainda é difícil, nesse momento de transição, perceber ações educativas que prezem a formação do sujeito crítico. As instituições de ensino estão em decadência estrutural, com formas ultrapassadas de práticas pedagógicas e estratégias didáticas, além de espaços físicos deteriorados. A escola está em ruínas, assim como os demais pilares sociais pós-modernistas. As instituições educativas precisam ser percebidas como locais que permitam a discussão dialética a fim de garantir a possibilidade do indivíduo pensar por si mesmo. Para tal, os processos educativos devem ser pautados no diálogo e na construção do pensamento.
Freire (1997) defende essa ideia, a de que educar não é simplesmente transferir conteúdos, mas principalmente gerar a conscientização, e afirma que é apenas através do diálogo que a consciência é gerada. O diálogo é o principal elemento para que seja estabelecida uma relação aluno-professor sem autoritarismo, porém com a autoridade docente e a liberdade do aluno sendo mantidas. Esse processo de horizontalidade e igualdade permite ao indivíduo ser um sujeito atuante na realidade em que esteja inserido. Segundo Freire (1997 pg. 63), “o educador que ‘castra’ a curiosidade do educando em nome da eficácia da memorização do ensino dos conteúdos, tolhe a liberdade do educando, a sua capacidade de aventurar-se. Não forma, domestica”. O professor não deve ser detentor da verdade universal e nem a única voz dentro da sala de aula. Ensinar é compreendido então como um processo de estímulo ao pensamento e à autonomia, um processo de intervenção no mundo, de adaptação à mutabilidade social, tornando possível ao aluno tomar decisões e posições; aprender, dessa forma, passa a ser uma descoberta criadora, com abertura ao risco de ser, mas sabendo que a mudança é possível devido ao pensamento crítico.
Em outras palavras, o docente deve estar posicionado em um lugar que convide à interlocução dos diferentes, dos contrários ou dos antagônicos, estimulando sempre os alunos a estarem abertos ao diálogo e à reflexão. A escola deve educar para o pensar, democratizar o pensamento e evitar entrar no território do “pensar para impedir o pensar”. Para que isso ocorra, a escola deve ensinar a “aprender a aprender”. No que se refere ao ensino propriamente dito, ele deve ser feito de forma que o aluno possa aprender o todo e como os fundamentos e princípios de determinadas disciplinas se relacionam entre si e com o mundo.
Para Bruner (2001), o objetivo da aprendizagem deve focar na capacidade de aplicação daquilo que foi aprendido em outras esferas além da sala de aula. O professor deve mobilizar o aprendizado guiando o discente a fim de que ele possa desenvolver sua curiosidade diante de determinado tema, investigando e pesquisando o que se deve e quer aprender para que esse conhecimento possa ser usado para descobrir semelhanças entre ideias distintas. Ele acredita que o ensino de tópicos específicos, descontextualizados de suas aplicações, dificulta essa articulação entre diferentes conhecimentos e a transferência do conhecimento para situações extra-escolares, além de ser desestimulante para o aluno, pois o que é aprendido arbitrariamente não tem seu valor percebido claramente por ele. A Educação deve tratar o conhecimento como uma ferramenta para a realização plena das potencialidades humanas.
Diante das mudanças sociais que vêm ocorrendo no Pós-Modernismo, com a crise nas instituições sociais e a ruptura de identidades, é imprescindível uma reforma na cultura escolar, principalmente no que diz respeito ao professor, que deve participar ativamente nessa mudança de paradigmas. Esse professor, assim como o artista no mundo pós-moderno, deve pensar fora da caixa para se aproximar do universo do aluno e convidá-lo a ser co-autor do conhecimento produzido dentro de sala. Da mesma forma que a arte exterioriza suas criações através de obras, os alunos devem fazer o mesmo com seu conhecimento para fortalecer o sentido de identidade individual e do grupo. O currículo escolar deve refletir as naturezas do conhecimento e do processo de aquisição pelo aluno. A escola atual deve concentrar seus esforços no ensino do que Bruner (2001) chamou de “Três Grandes P’s”: o PASSADO, o PRESENTE e o POSSÍVEL.

Dados Bibliográficos

BAUMAN, Zygmunt. O Mal-Estar da Pós-Modernidade. Rio de Janeiro. Ed: J Zahar, 1998
_________. Modernidade e Ambivalência. Rio de Janeiro. Ed: J Zahar, 1999
_________. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro. Ed: J Zahar, 2001
BRUNER, Jerome. A Cultura da Educação. Porto Alegre. Ed: Artmed, 2001
DURKHEIM, Émile. Educação e Sociologia. São Paulo. Ed: Edições 70, 2007
FILHO, Luiz. A Crise na Educação. 12 jan 2008. Disponível em: www.pt.shvoong.com Acesso em 3 jun 2010
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Anatomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo. Ed: Paz e Terra, 1997
GOMES, Jomara B.; CASAGRANDE, Lisete D.R. A Educação Reflexiva na Pós-Modernidade: uma revisão bibliográfica. Revista Latino-Americana de Enfermagem, set/out 2002. Disponível em: www.eerp.usp.br/rlaenf Acesso em 3 jun 2010
HOLGONS, S. G. Siqueira. Pós-Modernidade e Educação. Jornal “A Razão”, 30 mai 2002. Disponível em: www.angelfire.com/sk/holgons/pos-modernidade.html Acesso em 25 mai 2010
MOCELLIM, Alan. A Questão da Identidade em Giddens e Bauman. (Pós-Graduação em Sociologia Política). Universidade Federal de Santa Catarina, 2008.
SANTOS, Jair F O que é Pós-Moderno. São Paulo. Ed: Brasiliense, 2000
VIDAL, Marciano. Conscientização. Disponível em: www.eumatil.vilabol.uol.com Acesso em 3 jun 2010

Alunos: Eduardo Nunes, Philipe Humberto, e Samantha Tietze

VÍDEO 2 - O SONHO ACABOU - AV2

O SONHO ACABOU

Um homem solitário em meio à multidão e aos obstáculos da metrópole. Um sonhador deslocado no tempo e no espaço, sem saber ao certo aonde ir. Um jovem que, diante da impossibilidade de conseguir o que almejava, aceita o que lhe oferecem, sem contestar. Que gente é essa? Que mundo é esse? Que época é essa em que a individualidade ocupa o lugar da indignação diante do sofrimento do outro? Que sociedade é essa que substituiu a inquietação pelo conformismo, pela simples adaptação?
Essas são algumas das questões implícitas no filme “O Sonho Acabou”, incluído no Festival do Minuto, e que nos proporcionam a reflexão acerca do momento histórico que atravessamos. A crise de valores, a ausência de certezas sobre o que é certo e o que é errado, a depressão diante do cotidiano, a falta de perspectiva, de causas por que lutar atingem as mais distintas áreas da sociedade. E com a educação não seria diferente. Vivemos numa dormência apática, sem sonhos, sem ideais. Nosso grito de guerra por estes temas há muito se perdeu. Diferentemente da época em que éramos destemidos, lutávamos por nossos sonhos de liberdade e democracia.
O vídeo retrata um “John Lennon” – ícone de uma geração que sonhou o mundo livre e feliz – desmotivado pela realidade, o que torna possível traçar um paralelo com a situação do educador brasileiro. Antes, valorizado, considerado agente fundamental para mover a máquina da mudança, crítico, engajado nas lutas pela melhoria da qualidade de vida dos brasileiros, exemplo a ser seguido, aquele que agia em favor da coletividade hoje relegada ao segundo plano das profissões, mal pago, ameaçado, desvalorizado, violentado, um cidadão à margem da mesma sociedade que, outrora, o fez acreditar que tinha a capacidade de transformar o Brasil e o mundo.
Uma luz fria sobre as revelações feitas pelo filme leva-nos a ver que o sonho acabou não apenas para os professores, mas para todos os que, um dia, acreditaram na educação como meio de desenvolvimento moral, social e profissional. Afinal, como estimular o pensamento crítico, despertar para o “mundo real” – injusto, desigual, – cérebros entorpecidos pelas idéias de poder, sucesso e prazer a qualquer preço?
Entretanto, se decidimos abraçar a causa da educação nessa época de tantos conflitos, devemos parar e olhar mais de perto: a solução sempre será possível enquanto houver iniciativas, ainda que, aparentemente isoladas. Como futuros educadores, devemos concentrar forças na busca por novos sonhos, novas formas e ferramentas de transmitir aos alunos e, consequentemente, à sociedade, os verdadeiros valores da educação e da vida. Afinal, como bem definiu o cientista e escritor Augusto Cury, “bons educadores preparam filhos e alunos para aplausos, os educadores brilhantes preparam filhos e alunos para o fracasso”.
Mais do que problematizar as discrepâncias observadas na educação do nosso país e relacioná-las com o vídeo acima citado, queremos despertar para um novo tempo de mudanças e de novos sonhos. Convocamos nossos colegas docentes, e todos que se colocam como elemento de transformação da nossa sociedade, a dar início a essa mudança de comportamento individualista e passivo. O mundo precisa de mudança, nós somos o mundo, um só, e devemos começar a pensar assim, de maneira coletiva e universal.
O primeiro passo para uma mudança é acreditar na capacidade do ser humano, o poder de criação e solução. Cada pequeno passo pode se tornar grande, se for dado em conjunto. Nossa sociedade precisa se unir e lutar pelos ideais básicos para transformar-se em uma nação melhor. Quando todas as esferas de governo se unirem à população, quando houver moradia decente para todos, quando houver ensino de qualidade para todos, entre outros aspectos econômicos, políticos e sociais, estaremos mais perto da realização do nosso “sonho social”.

A problemática da educação
Quem decide educar enfrenta desafios diários e, ao que parece, cada vez mais complexos. Se, tempos atrás, as desigualdades sociais, a falta de infraestrutura – escolas distantes dos centros urbanos, mal conservadas, ausência de material básico para as aulas, turmas superlotadas -, as ameaças da criminalidade e os baixos salários eram indicados como os principais obstáculos, agora, também podem ser adicionados aspectos sociológicos e de mudança cultural, como o desinteresse dos alunos pelos estudos, a ausência de participação das famílias no processo de educação de seus filhos, a introdução de recursos tecnológicos que podem, ao invés de auxiliar, interferir no processo de aprendizagem dos alunos.
O sonho de seguir em frente e desenvolver uma carreira exemplar na área da educação é, constantemente, ameaçado por pesadelos da vida real. Outro dia, um amigo da minha família, que foi jovem nos chamados Anos Dourados, comentava que sentia-se feliz por ter vivido sua juventude “numa época em que as pessoas estudavam para vencer na vida; hoje estudam pensando em ganhar a vida”. Um relato que resume a drástica mudança por que passou a educação no Brasil. Afinal, como um professor pode dizer a um jovem, matriculado no ensino público ou privado, que o aprendizado da sala de aula, o convívio no ambiente escolar e seu esforço pessoal vão lhe garantir o sustento mais adiante, no mercado de trabalho?
Identificamos o desabafo de uma estudante de Pedagogia que relata seu calvário como estagiária numa escola da zona norte de São Paulo. Seu depoimento é recheado de criticas ao sistema. As próprias professoras do ensino público, em sua opinião, comportam-se como funcionárias sem compromisso. Para a maioria delas, estar ali representa só uma tarefa burocrática para ganhar o salário no fim do mês.
O retrato negativo que a estudante relata sobre seu estagio é reflexo do que acontece hoje nas escolas públicas, o verdadeiro descaso com a educação.
Saímos às ruas e entrevistamos A. de Almeida, 30 anos, formado em Letras Português / Inglês, professor do SESI. Perguntamos-lhe se o sonho para ele havia acabado. Ele nos confirmou que sim e discorreu uma série de insatisfações tanto sobre salários, quanto sobre as instituições de ensino, alunos etc., e demonstrou-nos comodismo com a situação. Ao ser questionado sobre o motivo de não fazer algo para mudar e de continuar da profissão, disse ser “confortável” não fazer nada e ganhar o salário da rede publica no final do mês, assim lhe garantia “as cervejinhas”.
O livro “As Meninas da Esquina”, da jornalista Eliane Trindade, recém-lançado pela editora Record, é outro exemplo do abismo que separa aqueles que estão à margem da sociedade da educação que, em tese, poderia lhes restituir a dignidade. A obra, que inspirou o filme “Sonhos Roubados”, de Sandra Werneck, reúne os diários de seis adolescentes que sobrevivem da prostituição nas ruas de diferentes cidades brasileiras.
Em vários trechos, as personagens, amparadas por projetos sociais desenvolvidos por ONGs retratam a difícil e instável relação que mantém com as escolas onde estão matriculadas, com os professores e colegas. Todas dizem saber que precisam freqüentar a escola, “para ser alguém na vida”, mas entre a teoria e a pratica sobram desanimo, cansaço, desalento, desinteresse.
As meninas contam episódios que só reforçam a face cruel da educação pública no Brasil: professores que “reclamam de tudo e implicam com a gente”, colegas brigando por causa de drogas, escolas caindo aos pedaços. Uma das personagens relata que duas semanas sem ter aulas porque a escola estava em obras, depois que parte do teto caiu sobre uma aluna. Ela diz saber que professores já haviam “tirado dinheiro do próprio bolso para manter a escola de pé”.
Uma pesquisa realizada pela Fundação Getulio Vargas (FGV-RJ) sobre a evasão escolar revelou que 40% dos jovens de 15 17 anos deixam de estudar simplesmente porque acreditam que a escola é desinteressante (Fonte: Jornal e Educação – Associação Nacional de Jornais – ANJ). Coordenada pelo economista Marcelo Neri, a pesquisa mostra que, apesar de diversos estudos demonstrarem o impacto da educação na qualidade de vida e na renda dos indivíduos, em 2006, 17,8% da população de 15 a 17 anos que deveriam estar cursando o Ensino Médio, caso não houvesse atraso escolar, estavam fora da escola.
Entre as razões que levaram esses jovens a abandonar os estudos, na comparação entre 2004 e 2006, o desinteresse pela escola caiu de 45,12% para 40,29%, embora ainda seja o principal motivo. Já a necessidade de trabalhar aumentou de 22,75% para 27,09%. Segundo o coordenador da pesquisa, o levantamento mostrou que não basta garantir o acesso ou criar programas de transferência de renda para assegurar que esse jovem permaneça na escola, é preciso torná-la mais atrativa, interessante cativante. “O problema da evasão é grave e atinge quase 20% da população de 15 a 17 anos”, ressaltou.
Na opinião do pesquisador, as políticas públicas só terão sucesso se houver a concordância e a participação dos pais e os alunos. “É preciso entender as necessidades dos clientes dessas políticas”, explica. Marcelo Neri diz que é importante informar e conscientizar esses jovens sobre os benefícios trazidos pela educação e atraí-los à escola.
Recorremos ao cientista e educador Augusto Cury, para quem “a educação não precisa de reforma, mas de uma revolução. A educação do futuro precisa formar pensadores, empreendedores, sonhadores não apenas do mundo em que estamos, mas do mundo que somos”.
Talvez tenhamos de resgatar os ideais da Contracultura e promover uma nova revolução tanto na sociedade, quanto na cultura e na educação do país. Quem sabe, assim, resgatemos nossa esperança de uma vida mais justa?

Tempo, escola e aprendizagem
Alguns aspectos colaboraram para que possamos entender o porquê da questão temporal na educação. A temporalidade da cultura escolar vigente está de tal forma internalizada, o tempo, tal como ele está organizado, não é sequer lembrado nas discussões pedagógicas e nunca é seriamente questionado. Essa temporalidade não está apenas na mente de educadores, pais e alunos. É algo concreto, que consta nos documentos escolares, no regimento, nas normas sistematizadas avaliativas, nos diários de classe etc.
Nós, professores, aceitamos e procuramos nos adaptar as exigências da divisão do tempo na instituição, sem examiná-la nem criticá-la, mesmo quando temos a certeza de sua inadequação. Falta tempo para ministrar determinada disciplina, falta tempo ao aluno para assimilar o conteúdo desta ou daquela matéria e, principalmente, hoje falta tempo para realizar algo diferente, fora do convencional, em sala de aula. Passamos a nos apoiar no fato de que “não acontece porque não há tempo”. Diante deste cenário, atualmente, uma das iniciativas importantes que se espera da administração escolar é, justamente, garantir o cumprimento dos tempos estabelecidos pela burocracia escolar, através do planejamento prévio. O tempo, ou a falta dele, tornou-se, assim, outro obstáculo à realização do nosso “sonho”.
Ao analisar os grandes pensadores do passado que influenciaram mudanças positivas na nossa sociedade, observamos que todos eles passaram pelo processo de problematizar, ou seja, observar o que temos de errado, o que precisa ser melhorado para pensar numa maneira de melhorar ou até mesmo resolver as situações, surgindo, assim, algumas invenções geniais, e soluções para os erros identificados. No que tange à questão da educação escolar, portanto, devemos estimular o pensamento dos nossos jovens de maneira mais crítica, mais livre, menos atrelado a informação e mais atento as explicações, com diversidade de opinião e incentivá-lo a ter a sua própria, o que acarretaria a reformulação no sistema de avaliação dos alunos.

Os desafios do mundo global
Com mais organização e menos burocracia no sistema educacional seria possível seguir em direção a uma sociedade mais justa, mais ordenada, mais solidária, mais unida e verdadeiramente educada para se desenvolver em um mundo globalizado. Para autores como Baumann, globalização é uma transformação mundial que fragiliza a solidez do Estado-nação, liquidifica a cultura do mesmo, produzindo o colapso do bem-estar social e a perda da identidade nacional. Em contrapartida, Canclini afirma que a globalização é um processo de reordenação das diferenças e desigualdades, sem suprimi-las. Por isso, “a multiculturalidade é um tema indissociável dos movimentos globalizadores”.
Desse modo, podemos compreender, como futuros educadores, que há, ao menos um aspecto positivo neste mundo globalizado que devemos explorar junto com nossos alunos: o despertar para a noção de que todos somos um, e que por isso, precisamos uns dos outros. Que temos diferenças, mas nos aceitamos e nos respeitamos, porque todo ser humano é único e especial. Todos temos sonhos, sentimentos, instintos, falhas, dons, talentos, desejos, embora nos esqueçamos disso muitas vezes e vivamos como se fôssemos superior ao nosso próximo. Precisamos, cada vez mais, desenvolver o pensamento coletivo, sem, no entanto, perder a nossa identidade. Não é possível pensar em melhorar sem olhar para o lado, sem ser compreensivo, sem tentar enxergar por ângulos diferentes, sem se colocar no lugar do próximo, sem ter senso crítico. Qualidade e diversidade de informação é no que devemos investir como educadores e cidadãos para evitar julgamentos precipitados.
O filme “O Sonho acabou” serviu para nos despertar de um sono vazio. Passamos (ou voltamos) a olhar para nossas mazelas. Seu conteúdo trouxe luz às discrepâncias antes ocultadas pelo comodismo e pelo pensamento sem crítica. Resgatou os heróis que, um dia, nos deram asas para nossos sonhos, que nos inspiram, que nos encorajam com seus exemplos, sua luta por liberdade, por um mundo melhor para todos.
Se, apesar de todos os obstáculos, a sociedade civilizada chegou até o século XXI ainda acreditando na luta, ainda tendo fé e esperança de melhoria, é porque, um dia, habitaram este planeta pessoas como Jesus Cristo, Mahatma Gandhi, Madre Tereza de Calcutá, Karl Max, Buda, Galileu, Tiradentes, o próprio John Lennon, que inspirou o filme, e tantos outros.
Destacamos trecho de um discurso histórico e conhecido do mundo, proferido por uma voz que ecoa até hoje nos EUA, a de Martin Luther King Jr.

“Eu digo a vocês hoje, meus amigos, que apesar das dificuldades e frustrações do momento, eu ainda tenho um sonho.

Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado do seu credo: "Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas: que todos os homens são criados iguais".

“Eu tenho um sonho hoje.”

Quando o sino da liberdade, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro: "Livre afinal, livre afinal! agradecer a Deus Todo-Poderoso, estamos finalmente livres!"
Pelos ideais da cultura, pelo melhoramento da educação, por uma sociedade mais justa e igualitária, convocamos a todos os estudantes, educadores, pedagogos, ambientalistas, políticos, enfim, toda nação, para uma nova jornada de reformulação e reconstrução de nossa sociedade, porque....

“O SONHO NÃO ACABOU”!!!!


ALUNOS: ANA PAULA OLIVEIRA, CARLA CRISTINA NEVES, THIAGO CARDOSO CARNEIRO, ROSANIA ROSA RODRIGUES e WALMIR VALE JUNIOR








VÍDEO 1 - BOA NOITE - AV2

Quase não conseguimos acompanhar as mudanças que vem acontecendo no mundo, pois quando menos esperamos somos surpreendidos com novas notícias.A TV vem tomando espaço na sociedade de uma forma acelerada, entrando por dentro das casas e colocando notícias “dentro” da nossa cabeça.A mídia acaba moldando nossos comportamentos, não possui limites e não respeita valores. As notícias fragmentadas dos telejornais acabam causando uma confusão e não um esclarecimento na cabeça das pessoas.
Fazem uma lavagem cerebral modificando a cultura e os costumes da sociedade. Esta que segue regras da mídia sobre como andar, falar, se vestir entre outros para ser um verdadeiro padrão do que a mídia diz ser o “certo”. Quando deveria ser um momento de reflexão, os telejornais jogam as informações de maneira que quem assista não participe e não busque discutir procurando a realidade dos fatos.

“O jornalismo não pode ser encarado apenas como a fonte que comunica, mas, principalmente, como aquele que produz e reproduz conhecimento para os cidadãos” (Goulart Brandão, 2006).

Como se não bastasse os telejornais apelam a fofocas, perdendo assim o seu verdadeiro sentido, onde deveríamos estar bem informados, participando, interagindo e trabalhando juntamente com o mesmo para a construção de um mundo que saiba criticar, que saiba escolher bem quem nos representará politicamente, que saiba escolher uma profissão, que saiba respeitar o próximo com seus respectivos valores.
Não podemos aceitar um telejornal que valorize o lucro e a audiência acima de qualquer importante informação.

“O desenvolvimento de um fazer jornalístico que dê, de fato, voz aos personagens para que possam mostrar suas dificuldades e, também, seu potencial “reconhecendo-se enquanto cidadão, sujeito e transformador do cotidiano” (BESPALHOK; HEITZMANN, 2003, p.1).

Para piorar a situação que estamos vivendo atualmente com os telejornais, enxergamos essa realidade também dentro das escolas. Uma vergonha!
O Professor apenas transmite conhecimentos, que muitas vezes por justamente não haver interação (a aprendizagem colaborativa), são ultrapassados, às vezes sem fundamentos.
O professor entra em sala de aula com uma enxurrada de informações, passa uma aula inteira copiando matéria no quadro. Os alunos por sua vez copiam e para prova decoram. Não são estimulados a participar a se envolver no assunto a principalmente criar novas situações.
Dessa maneira com certeza não há como promover o aprendizado entre ambas as partes. Diante dessa realidade entre a mídia e a educação, nós futuros educadores que estamos assistindo essa decadência de perto, temos uma importante missão de mudar juntamente com nossos futuros alunos essa história. Pois é começando pela educação que abrem novas portas para um futuro brilhante.

“É necessário que o professor deixe de ser um mero conferencista e estimule a pesquisa e o esforço, em vez de se contentar com a transmissão de soluções já prontas”. Piaget em Para que serve a educação?(1973)

Tanto o professor quanto o telejornal precisam mudar os seus padrões de comportamento. Devem descer do “palco” e ficar na mesma altura de quem está do outro lado. Devem disponibilizar um mar de possibilidades a aqueles que expõem suas dúvidas, e os seus anseios.
O conhecimento apenas como emissão deve ser um teoria ultrapassada. Ambos precisam abrir portas para a interatividade, para a participação de quem assistia. O aprendizado precisa está entre o professor e o aluno, entre o apresentador e o telespectador e não ser absorvido apenas pelo o que assiste.
Não fomos feitos para ouvir e copiar. Todos nós somos capazes de construir, modificar e principalmente de criar. Apenas precisamos da troca mútua de conhecimentos. As pessoas só precisam ser estimuladas para revelarem o potencial que existe na relação de um indivíduo com o outro.
Somos partes que ao nos unirmos ficamos completos.A educação não deve estar baseada em regras, em emissões de fragmentos e sim em uma colaboração entre partes que se estimulem a serem eternos pesquisadores e participantes na criação de um mundo melhor.
Mas para isso é preciso que a mídia e a educação se unam com o mesmo objetivo: Que é integrar o indivíduo na sociedade. Unir conhecimentos, relatar desenvolvimentos, mostrando assim que as idéias quando elaboradas em conjunto, são positivas e tornam as pessoas capazes de criticarem e de exigirem os seus direitos.

Comunicação Educação
Objetivo: Transmissão de Informação Transmissão de herança cultural
Instituição:  Os meios de Comunicação A escola
Atividade:  Informar Ensinar
Agente:  O comunicador O professor
Destinatário:  O público O aluno

“Por Tyciane Cronemberger Viana Vaz”
Jornalista, mestre em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo e especialista em Telejornalismo.

Referências:

* Reportagem: Ana Claudia Esquisato* Reportagem: Ana Mascia Lagôa
* Livro: Jornal Nacional - Modo de Fazer
* novaescola@atleitor.com.br
* http://www.versoereverso.unisinos.br/index.php?e=4&s=9&a=36
* www.slideshare.net/dinamizador/influencia-da-tv-rdio-e-internet
* http://www.piratininga.org.br/entrevistas/veronicarezende-jun2004.html
*http://2.bp.blogspot.com/_jDiPutbLZM4/SbwgqWPyjwI/AAAAAAAAABg
/qqh35VEZwkM/s1600-h/benturpin.jpg
* http://www.scribd.com/doc/3900972/Os-desafios-do-telejornalismo-local

ALUNOS: Angélica Pinto; Elenilson Medeiros; Gilberto Ferreira e Joice Tuller.

VÍDEO 5.2 - A ENTREGA - AV2

INTRODUÇÃO


Este trabalho tem por objetivo questionar vários temas que abrangem o nosso cotidiano, seja nas ruas, nas escolas e até mesmo no trabalho, pois o nosso mundo encontra-se completamente corrompido e desestruturado. Há uma imensa inversão de valores fazendo com que nossa cultura e os nossos valores sejam completamente hostilizados. Levantar certas questões, criar discussões, mostrar a verdade “nua e crua”, significa muitas vezes expor uma situação e até mesmo um problema que talvez não conseguimos enxergar por estarmos tão acostumados a só perceber o que nos cerca, o que nos incomoda, camuflando a realidade em que o mundo se encontra, fechando nossos olhos para problemas que estão cada vez mais expostos no nosso cotidiano.
Trataremos neste trabalho de temas importantíssimos e atuais como: a questão Racial, a Exclusão Social, a questão Sócio-educacional, o Preconceito sexual, Cultura Líquida, Pós-modernidade, Multiculturalismo, Decadência da Cultura e Crise da Educação. Temas essenciais para entendermos o meio que nos cerca e assim apresentarmos possíveis soluções para a melhoria do mundo em que vivemos.

EXCLUSÃO SOCIAL

A escola do século XXI deve estar preparada para lidar com o processo de socialização sem excluir, ou seja, deve-se aceitar o diferente. O professor deve integrar a turma mostrando que todos somos iguais independente da raça ou credo.
De acordo com a matéria feita por Waléria Menezes no site da fundação Joaquim Nabuco onde ela diz :" A sociedade brasileira caracteriza-se por uma pluralidade étnica, sendo esta produto de um processo histórico que inseriu num mesmo cenário três grupos distintos: portugueses, índios e negros de origem africana. Esse contato favoreceu o intercurso dessas culturas, levando à construção de um país inegavelmente miscigenado, multifacetado, ou seja, uma unicidade marcada pelo antagonismo e pela imprevisibilidade.
A escola é responsável pelo processo de socialização infantil no qual se estabelecem relações com crianças de diferentes núcleos familiares. Esse contato diversificado poderá fazer da escola o primeiro espaço de vivência das tensões raciais. A relação estabelecida entre crianças brancas e negras numa sala de aula pode acontecer de modo tenso, ou seja, segregando, excluindo, possibilitando que a criança negra adote em alguns momentos uma postura introvertida, por medo de ser rejeitada ou ridicularizada pelo seu grupo social. O discurso do opressor pode ser incorporado por algumas crianças de modo maciço, passando então a se reconhecer dentro dele: "feia, preta, fedorenta, cabelo duro", iniciando o processo de desvalorização de seus atributos individuais, que interferem na construção da sua identidade de criança.


PRECONCEITO RACIAL : o desencontro da alteridade

"...Quando te encarei frente a frente, não vi o meu rosto; chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto; é que Narciso acha feio o que não é espelho... " (Caetano Veloso)

“O desejo de iniciar o texto com o mito de Narciso partiu do pressuposto de que ele poderia servir como um referencial ilustrativo que demonstra a origem das dificuldades encontradas nos grupos. Ao observar a descrição do mito, percebemos que talvez o grande descuido de Narciso tenha sido o não-conhecimento, confundindo a sua imagem com a do outro e indo ao seu encontro em um mergulho profundo que resultou em sua própria morte. Assim como Narciso, muitas vezes nos apaixonamos pelo que é nosso, e ao olhar para o outro buscamos o que nos é familiar; e quando não encontramos a nossa imagem refletida, percebemos a diferença como a própria manifestação do "mau gosto", podendo então ser repudiada, discriminada ou até mesmo odiada”.

A REPRESENTAÇÃO DA ESCOLA

“Em todos os grupos humanos, é possível observar a utilização de meios pedagógicos como forma de transmissão do saber, por meio dos quais os sujeitos compartilham conhecimentos, símbolos e valores. Em sociedades "modernas", criou-se uma sistematização desse saber, nas quais mediante modelos formais e centralizados as informações são transmitidas. Acreditava-se que essa seria a forma viável de adquirir polidez e desenvolver um conhecimento mais especializado.
Esse locus de conhecimento foi denominado Escola, constituindo-se num sistema aberto que passou a fazer parte da superestrutura social formada por diversas instituições como: família, igreja, meios de comunicação. O sistema escolar é organizado para cumprir uma função social que, em geral, está de acordo com as demandas sociais."
(http://www.fundaj.gov.br/tpd/147.html)

Encontramos no site do youtube um vídeo que retrata com clareza a questão do preconceito. http://www.youtube. com/watch? v=ifoYlBEzGOI

"Alias, branco no Brasil é difícil, poque no Brasil somos todos mestiços" (Trecho da música de Gabriel Pensador, Racismo é burrice)."

Ainda em nossas pesquisas conversamos com um portador do vírus HIV, que nos deu o seu depoimento, vamos preservar sua identidade e chamá-lo aqui pelo pseudônimo Hiran:

"História de preconceito":

Em 2008, entrei para a faculdade para fazer o curso de história, cheguei a terminar o 2º período, mas não dei continuidade ao curso, por ter passado um momento de muita mágoa e constrangimento.
Eu já havia passado em minha vida muitas situações difíceis com o HIV, mas com os anos fui me habituando com as pessoas e com a doença, Achei que o mundo havia se preparado para tal . Então decidi que chegava a hora de retomar minha vida e realizar sonhos outrora destruídos, entrei para a faculdade.
Foi a maior alegria da minha vida, poder dividir conhecimentos, aprender com professores e colegas, todos me tratavam super bem, abraçavam, brincavam e me beijavam .Um dia eu fiz um comentário sobre minha vida com um colega, que estava assustado por ter tido relações sem proteção. Contei Também da dádiva que ganhei de Deus, fui pai de uma criança linda que é soro negativa e a mãe também não se contaminou*, ele ficou chocado e o fuxico se espalhou, pronto começou o meu martírio.
Se eu sentava numa carteira, ninguém mais sentava nela, as pessoas marcavam as carteiras que eu usava, passei a perceber isso e para não assustar minha turma passei a usar uma única carteira na sala, aliás ela sempre estava vazia me esperando, ninguém mais me abraçava como antes, eu podia contar nos dedos aqueles que não tinham preconceitos, que eram pouquíssimos, quando eu ia ao banheiro, começavam os rumores: será que ele sentou no vaso?
Mas o pior ainda estava por vir, quando ouvi o coordenador do curso falar que ele não se sentiria bem em ter na escola dele um professor com o vírus do HIV. Que isso poderia atrapalhar o andamento e o relacionamento com o restante do corpo docente......
Foi aí que vi que nada nesse mundo havia mudado e que meu sonho continuava destruído...............

* O contato na relação sexual aconteceu com o rompimento do condon"

"A Orientação Educacional é entendida como um processo dinâmico, contínuo e sistemático, estando integrada em todo o currículo escolar sempre encarando o aluno como um ser global que deve desenvolver-se harmoniosa e equilibradamente em todos os aspectos: intelectual, físico, social, moral, estético, político, educacional e vocacional."
(http://www.procampus.com.br/ensino_orientacao_atribuicoes.asp)

PÓS- MODERNIDADE

A escola deve ficar atenta para as questões relacionadas à Pós-modernidade. Na sociedade pós-moderna existe um empobrecimento da cultura, uma vez que a sociedade de um modo geral está ligada ao consumismo e se esquece do social. O indivíduo pós-moderno valoriza o que antes era repudiado, o “feio” passa a ser belo.
Com a globalização e o avanço da internet as informações passam numa velocidade tão grande ao ponto de não conseguirmos processar, identificar e avaliar a mensagem. Estamos vivendo numa sociedade menos questionadora dos valores apresentados.
A escola deve cumprir seu papel na formação de cidadãos questionadores, mas para isso precisa levar em consideração a que grupo este cidadão está inserido. Questões de ordem econômica e política influenciam o acesso deste indivíduo a cultura, porém a escola deve o mediador entre estes dois fatores. “A cultura é comum a todos, é ordinária, faz parte do viver em sociedade, sendo construída na inter-relação das práticas sociais e configurando-se como elemento fundamental para o entendimento de quem somos e para onde estamos indo. (ARAUJO, 2004)”. Mas na prática isso não ocorre. Escolas situadas em bairros distintos tratam o ensino e o acesso à cultura de forma diferenciada. Estas práticas devem ser mudadas, mas para isso precisamos conscientizar os educadores.
Para Z. Bauman (1999 e 2004) o que mudou foi a modernidade sólida que cessa de existir e em seu lugar surge a modernidade líquida. A primeira tem início com as transformações clássicas e o advento de um conjunto estável de valores e modo de vida cultural e político. Na modernidade líquida as relações humanas perdem a consistência e a estabilidade. A família, os casais, os grupos de amigos transitam de um grupo para outro sem manter uma solidez. Essa reflexão de Bauman já está de algum modo presente em Marx, quando sua idéia principal é que o comunismo fosse a estagnação de um modo social de vida integrado e harmônico.

CULTURA LÍQUIDA E MULTICUTURALISMO

Na modernidade liquida a cultura passa por um processo de globalização. Com isso as formas e os padrões passam a não ter mais limites, ou seja, tudo é valido para representar a realidade. O que antes era criticado pela sociedade agora passa a ser aceito com naturalidade. Os problemas sociais passam a ser aceitos e a fazer parte do nosso cotidiano. Com isso, pode-se afirmar que estamos vivendo uma crise da ética e da estética.
“Falar do multiculturalismo é falar do jogo das diferenças, cujas regras são definidas nas lutas sociais por atores que, por uma razão ou outra, experimentam o gosto amargo da discriminação e do preconceito no interior das sociedades em que vivem”. (Gonçalves & Silva, 2004. p.11).
As multiculturas na nossa sociedade fazem parte de uma cultura geral onde o capitalismo surge arrebatador numa rede de produção de massa, cujo objetivo é o consumo desordenado.
Os produtores ambiciosos e a massa indo contra todos os princípios e valores, trabalhando demais para comprar e comprar, pois estão inseridos na cultura do consumismo do descartável que vai minando a perduração em todas as coisas, objetos, pessoas, religião e tudo que liga o homem a sociedade e a cultura. O consumismo faz as pessoas individualistas, egocêntricas, não se preocupando com o próximo. Aquele que não pode consumir fica a margem e é visto pelos consumistas como normal. O mendigo que fica na porta do supermercado pedindo um pão velho não choca mais as pessoas. Se ele dorme na calçada e está no seu caminho, VOCÊ pula por cima dele e continua caminhando preocupado consigo mesmo, na roupa nova que vai comprar para ir para a balada mais tarde, porque você não pode repetir a roupa. Em Uma Vela para Dario, conto de Dalton Trevisan ele aborda esta questão.
“...Dario abriu a boca, moveu os lábios, não se ouviu resposta. O senhor gordo, de branco, sugeriu que devia sofrer de ataque.

...Ocupado o café próximo pelas pessoas que vieram apreciar o incidente e, agora, comendo e bebendo, gozavam as delicias da noite. Dario ficou torto como o deixaram, no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso.”
A mulher virou salada de fruta expõe o corpo, dança provocantemente e de maneira vulgar. Para isso perde a identidade fazendo operações estéticas mudando totalmente o corpo, usando botox, silicone e malhando excessivamente para o imediatismo, o “aqui e agora”. A mídia da cultura imediatista a transforma em celebridade, fazendo a inversão de valores.
A escola também é vítima da não perduração dos processos pedagógicos que são totalmente nocivos à educação e à socialização cultural, onde encontramos professores despreparados, estressados, ocupando-se desta tarefa somente por falta de opção profissional e que oferte melhor remuneração. Alunos que são agressivos e malcriados, pois são frutos desta sociedade que deixa a cultura esvair-se pelos ralos do desespero.

DECADÊNCIA DA CULTURA

Em A História Agora no texto Decadência Cultural a partir do Processo de globalização Comandado Pela Grande Mídia, escrito por Carol Moryc a arte é vista de forma a transformar as pessoas em potenciais consumidoras como podemos ver na passagem transcrita abaixo:

“A mídia espetacularizou a arte tornando-a produto. Não há mais necessidade de entendê-la profundamente, pois já não existe um sentido profundo nesta. Tornou-se um objeto de consumo imediato sem reflexões posteriores onde o sentimental é tudo e o racional é nada.
Nos anos 60, a então chamada cultura de massa começava a se popularizar com qualidade. Com o passar do tempo, a lógica do lucro a todo custo fazia com que caminhássemos direto ao que dava certo causando a sua homogeneização.
Hoje, cultura de massa é considerada uma definição inadequada por alguns pensadores, já que não é feita pela massa e sim para esta, e não é cultura. Alguns filósofos como Max Horkheimer (1895-1973) e Theodor Adorno (1903-1969), da conhecida Escola de Frankfurt, usam o termo “indústria cultural” para se referirem à mercantilização da cultura, fruto do desenvolvimento da tecnologia, da mídia e da capacidade de reprodução e seriação. Estes pensadores substituíram as expressões porque a usada anteriormente pode trazer a falsa idéia de “uma cultura que emerge espontaneamente das próprias massas, de uma forma contemporânea de arte popular” (ADORNO: 1991, p.98). A “indústria cultural” não é espontânea, pois “promove uma união forçada das esferas de arte superior e inferior, que permaneceram separadas durante milênios” (idem). Adorno observou a interferência da indústria na cultura e concluiu que o povo não participa desses produtos, apenas os consome em larga escala. Não é uma cultura de massa. É um desfile de produtos da “indústria cultural” assistido pela massa inerte.”
Os meios de comunicação deveriam propor a união dos grupos, abolir as diferenças. Mas não existe de fato um interesse em que isso ocorra. Um grupo fragmentado é um grupo fraco, ou seja, fácil dominar. Dominar fazendo com que consuma cada vez mais. O preconceito separa, torna a sociedade enfraquecida e decadente. A sociedade não está unida em busca de um interesse comum, está em busca dos seus próprios interesses. Uma vez manipulado não existe o interesse.
No texto “Desafiando O Preconceito Racial: A Escola Como Organização Multicultural Escrito Por Michele dos Santos e Ana Canen – UFRJ” elas afirmam que: “A educação multicultural só será possível se formos capazes de vivenciar os valores democráticos da participação, da responsabilidade, do respeito aos direitos e às opiniões dos outros e da solidariedade. A escola é uma organização que lida com culturas diversas e o multiculturalismo, como um conjunto de respostas às diversas culturas existentes, exerce um papel fundamental da educação.
Canen (2001) define o multiculturalismo como um conjunto de princípios e práticas voltados para a valorização da diversidade cultural e para o desafio de preconceitos e estereótipos a ela relacionados. O multiculturalismo, desde sua origem, aparece como um princípio ético que tem orientado a ação de grupos culturalmente dominados, aos quais foi negado o direito de preservarem suas características culturais. Ele também representa um importante instrumento de luta política.
Assis & Canen (2004) afirmam que a identidade negra é emblemática da luta pela construção e reconhecimento identitário, visto que a mesma é tratada de modo desigual, do ponto de vista histórico, econômico, social e cultural. Silva (2005) afirma que a identidade étnica e racial é, desde o começo, uma questão de saber e poder. Acrescenta que a história do termo “raça”, polêmico e carregado, está estritamente relacionado às relações de poder que opõem o homem branco europeu às populações dos países por ele colonizado. Logo, a escola é um espaço onde as diferenças se encontram, as culturas se cruzam, os excluídos podem ter a vivência da igualdade de acesso e de vivência de aprendizagem escolar”.

CONCLUSÃO

Ao estudarmos todo o material pesquisado percebemos a importância do educador. A questão racial, sócio - educacional, o preconceito sexual e a exclusão social estão cada vez mais presentes em nosso cotidiano, não somente nas salas de aulas como também no mundo que nos cerca. Como futuros educadores devemos compreender a importância dessas questões, pois na maioria das vezes o preconceito é visto como algo "normal", como se estivesse inserido na nossa cultura. Mas a verdade é que somos todos iguais, não importa a nossa cor, a nossa situação financeira, nem tão pouco a nossa opção sexual, o que nos difere é a maneira de como olhamos o outro, de como lidamos e aceitamos as suas diferenças. Nas nossas pesquisas, nos deparamos com questões sociais, raciais que chocam. Estamos diante de uma sociedade que exclui os diferentes para ela, diferentes porque não são iguais aos rotulados ricos, brancos, formados, bem empregados, heterossexuais, etc. A diferença está na chance que não tiveram para ter acesso a educação, ao trabalho e até serem vistos e respeitados como pessoas normais. Precisamos de uma sociedade igualitária, de escolas compromissadas em ser o espaço cultural de integração e transformações sociais porque a grande mudança acontece com a educação em igualdade para todos
Cabe a nós mudarmos esse panorama social. A televisão, os jornais, o cinema e até mesmo a internet devem ser veículos de informação e deixar de serem veículos que introduzem em nossos lares consumismo ao extremo. Devemos selecionar o programa de televisão, ao invés de deixar que nos empurrem o que bem querem. A partir do momento que somos questionadores fica difícil a manipulação. Com o acesso à cultura de qualidade cidadãos passam a questionar mais e a negar esta imposição.
As pessoas precisam sonhar com uma sociedade melhor, pensar até que ponto este método de vida impostos a nós é correto e mudar este meio, mas para isso precisamos de união e maior participação na política, ocupar as ruas e cobrar os nossos direitos, dar respostas nas urnas. Não é fácil, mas temos que nos inquietar. Precisamos ser mais críticos e para isso temos que sonhar com uma escola mais comprometida com a educação, existindo uma relação dialética com a cultura e sociedade, para que o aluno possa transformar o seu meio para melhor e ao mesmo tempo ser transformado da mesma forma. Para isso a cultura não pode ser transitória. Tem que dizer algo. Na música, nas artes, no teatro, na literatura, em fim ter compromisso com o social.
A questão racial é outra particularidade da nossa cultura que precisa de mudanças na escola. Uma possível solução seria a introdução, a partir do maternal, na grade escolar do ensino sobre nossas origens negra, indígena, européia e branca, de maneira lúdica, e desta forma explicitar que somos todos frutos da miscigenação e assim acabar com evasão escolar em decorrência da discriminação. Ensinar os modos de vida passados por estas culturas torna-se fundamental para o entendimento de como a sociedade de hoje encontra-se estruturada. A cultura deve ser exposta para todas as idades e de forma igualitária. Se conseguirmos reestruturar a base da educação nós conseguiremos mexer com toda a sociedade. É claro que está solução será em longo prazo, no entanto quanto maior for a demora maior será o tempo em que levará para ser visto algum tipo de mudança. Por que se deve começar na escola? Nossas famílias já estão contaminadas. Através da escola a criança levará a informação para o lar. Vai crescer e constituir sua própria família com base no que aprendeu. A partir deste momento o círculo estará formado.

ALUNAS: Jaqueline; Lúcia Leite. Camilla Brum e Flávia Bernardo

VÍDEO 3 - (CONSUMISMO) - BIA BAI - AV2

O mundo muda cada vez mais rápido, a informação que chega a nossa cabeça vem em uma velocidade e variedade nunca antes vista (cultura imagética). Ela é jogada de qualquer forma ou de forma manipulada e não temos tempo de analisar.A  formação da cultura é o retrato do modo de viver. A cultura é originada e transmitida como forma de conhecimento. A maneira de transmissão cultural deu-se pelo contato que os filhos tinham com os pais, professores e demais pessoas detentoras de cultura. “A cultura de massa carece de desafio e estímulos intelectuais, preferindo a comodidade da fantasia. Esta encoraja o comercialismo e celebra o consumismo, pois é uma cultura banalizante.” (Strinati, 1999)
Uma maior interação social foi possibilitada pelos meios de comunicação que podem ou não servir para a comunicação em massa. A preocupação econômica com a satisfação das necessidades materiais tem contribuído para a criação de uma sociedade ignorante de valores. O consumo aparece como ícone da felicidade, falsamente imposta pelo ato de consumo que não satisfaz o comprador, o bem adquirido somente almejará o status por algum tempo, pois novas necessidades serão sugeridas rapidamente.
A moda representa a pressão da sociedade para criar o dever de aquisição; o processo de sedução atinge justamente a criação da identidade, demonstrando falsamente modelos de personalidade ligados aos produtos consumidos, ou seja, a aparência funcionando como a demonstração do que se é.
As mercadorias constituem o fundamento da existência do consumo, isto faz com que elas sejam criadas infinitamente, pois serão logo destruídas e substituídas. As imagens moldam o posicionamento social.
Um dos grandes problemas enfrentados consiste em uma grande frustração para aqueles que não conseguem satisfazer todas as necessidades que lhe impõe a publicidade, que cria e sustenta a moda.
Na era nômade a cultura do consumo fazia-se através da troca de mercadorias de acordo com as necessidades orgânicas dos indivíduos, no atual sistema de consumo, as imagens são produtos de primeira necessidade.
Ao consumir bens estamos satisfazendo ao mesmo tempo necessidades materiais e sociais. Os vários grupos sociais identificam-se por suas atitudes, maneiras, jeito de falar e hábitos de consumo – por exemplo – pelas roupas que vestem. Desta forma, os objetos que usamos ou consumimos deixam de ser meros objetos de uso para ser transformar em veículos de informação sobre o tipo de pessoas que somos ou gostamos de ser. (SCHRODER, 1996, p.05)
O progresso humano deixou de lado o desenvolvimento do pensamento; o mito do consumo substitui qualquer interesse, a superioridade humana não parece mais estar no saber, mas no ter.
Cabe a nós combater e limitar os malefícios da desinformação. Os efeitos da cultura de massa já podem ser vistos ao redor do globo. A falta de respeito com as diferenças, a busca pela perfeição, condição humanamente impossível, nos torna cada vez mais, escravos das armadilhas publicitárias, revoluções tecnológicas e tudo mais que é usado para nos afastar da condição de seres críticos, pensantes e diferentes por natureza.
A resposta se encontra nesse mecanismo nocivo, ou seja, a televisão, a publicidade e as empresas responsáveis pela disseminação de padrões poderiam fazer o caminho inverso: o de reeducação das massas, resgate de valores anteriormente esquecidos e a criação de uma consciência coletiva de preservação do meio ambiente.
Como ensinar as crianças sobre os perigos do consumismo, se nós mesmos somos consumistas. Não só o consumista compulsivo, mas também aqueles que são guiados pela mídia. Deixamos de pensar, deixamos de fazer nossas próprias escolhas, seguimos a moda, passamos a ter preguiça até de pensar.
É importante o papel da escola na sensibilização das questões referentes ao mundo da publicidade e do consumo. A publicidade apela para as sensações e as ilusões de que o consumo daquele bem ou serviço modificará positivamente a vida do consumidor. Nesse caso, explora os desejos, gostos, ideias e necessidades, cada vez mais complexas, dos consumidores, em vez de fornecer informações para um consumo consciente e racional.
Diz o Dr. Gabriel Chalita:
A Alma de qualquer instituição de ensino é o professor. Por mais que se invista na equipagem das escolas, em laboratórios, bibliotecas, anfiteatros, quadras esportivas, piscinas, campos de futebol – sem negar a importância de todo esse instrumental -, tudo isso não se configura mais do que aspectos materiais se comparados ao papel e à importância do professor. (CHALITA, 1997, p.44)
A escola deve atuar no sentido de transformar os meios de comunicação em aliados do processo educativo dos alunos. Deve haver a atenção no processo de alfabetização das crianças. No caso dos jovens, o aprofundamento da análise do texto televisual como a publicidade e a propaganda. Deve-se ensinar a ler criticamente as mensagens publicitárias, desenvolver trabalhos que irão refletir sobre as técnicas e estratégias da mídia. “A formação é um fator fundamental para o professor. Não apenas a graduação universitária ou a pós-graduação, mas a formação continuada, ampla, as atualizações e os aperfeiçoamentos.” (Gabriel Chalita)
Para se manter viva, a escola precisa construir um conhecimento que tenha sentido para os alunos, proporcionando uma formação integral, de valores éticos. É necessária uma educação baseada no consumo consciente. No meio escolar deve haver uma abordagem no sentido de educar para o consumo, mostrar as consequências de uma sociedade consumista.
Desde os primórdios da cultura grega, o professor se encontra em uma posição de importância vital para o amadurecimento da sociedade e a difusão da cultura. As escolas de Sócrates, Platão e Aristóteles demonstram a habilidade que tinham os pensadores para discutir os elementos mais fundamentais da natureza humana. Não perdiam tempo com conteúdos engessados. Discutiam o que era essencial. Sabiam o que era essencial porque viviam da reflexão, e a aula era o resultado de um profundo processo de preparação. (Chalita)
Se a escola conseguir despertar em seus alunos a consciência das estratégias da publicidade e dos meios de comunicação, estará no rumo da formação do cidadão, da defesa da cultura, da educação e do diálogo entre as pessoas.
A responsabilidade social do consumidor consiste, sobretudo, numa consciência crítica perante os abusos gerados pela sociedade de consumo e no reconhecimento não só dos seus direitos como também dos seus deveres. Através de ações de educação, o consumidor é levado a comportar-se como um consumidor esclarecido, recusando o consumismo. Devem-se desenvolver atitudes e comportamentos que tenham em conta o equilíbrio entre as necessidades e os recursos e a consciência crítica enquanto consumidores.
Temos que estar atentos para o consumo consciente. Saber o quê e o porquê comprar, reconectar com a família, com os valores familiares, com a natureza e não se deixar levar pelo consumismo desenfreado, que não aumenta a felicidade de ninguém, ao contrário, dívidas só trazem tristeza e desilusão.

REFERÊNCIAS:
CANCLINI, Nestor Garcia. Consumidores e cidadãos; conflitos multiculturais da globalização. 4ª Ed. Rio de Janeiro: UFRJ, 1999.
CHALITA, Gabriel. A solução está no afeto. Editora Gente.
GOOGLE. Images. Disponível em < http://images.google.com.br >
FREIRE, Paulo: Ética, utopia e educação – Petrópolis, Rio de Janeiro: Vozes, 1999.

ALUNOS: ANTONIA MENDES; CLAUDIRENE CALAZANS; IZABELA SANTOS; JULIANO CAVALCANTI; KARLA SENA e PAULA SERPA.




Grupo 5.1 - A ENTREGA - AV2

Introdução

Em nosso texto anterior tencionamos a questão das discriminações em diversos âmbitos, nesse texto iremos discursar sobre as questões culturais e educacionais, falando não só dos efeitos relatados anteriormente, mais também de alguma forma na busca e a direção que indique soluções para problemas que foram identificados.
Para os temas que descrevemos acima, colocamos algumas citações para explicarmos os resultados de nossa busca.

Educação

“A educação passa por vários problemas, como a falta de capacitação dos educadores, de planejamento curricular atualizado, democrático e flexível, de um projeto político-pedagógico eficiente e eficaz que esteja inserido em seu real contexto social e de interação, integração e comprometimento social e econômico de todos os envolvidos na comunidade escolar, que norteiam nossas escolas e que sofrem com a repressão de alguns educadores que não almejam tais mudanças, pois, para que se mude algo, é necessário que modifiquemos nosso pensamento e nossas ações e que aprendamos a aceitar as diferentes opiniões individuais e coletivas”.
(Fonte: www.educacional.com.br/articulistas/outrosEducacao_artigo.asp? artigo=jucelia)

“Na atual estrutura socioeducativa em que está inserida a educação, passamos por uma forte crise de identidade e paradigmas, na qual falamos muito sobre o assunto, mas poucos colocaram em prática. A transformação educacional está descrita nos livros, revistas, na mídia em geral, e tudo é lindo e maravilhoso, mas as ações, as aplicações e as transformações não saem do papel, da criatividade e da oralidade e, quando ocorrem, em número muito reduzido, somente alguns educadores têm condições específicas para colocá-las em prática e conseguem fazer isso”.
(Fonte: www.educacional.com.br/articulistas/outrosEducacao_artigo.asp? artigo=jucelia)

“Sempre fez parte do desafio do magistério administrar adolescentes com hormônios em ebulição e com o desejo natural da idade de desafiar as regras. A diferença é que, hoje, em muitos casos, a relação comercial entre a escola e os pais se sobrepõe à autoridade do professor. "Ouvi em muitas reuniões com coordenadores o lembrete de que os pais e os alunos devem ser tratados como clientes e, como tais, têm sempre razão", diz Lole Gritti de Barros, de 54 anos, professora aposentada. Durante 33 anos ela ministrou aulas de história para alunos da 5ª série em colégios particulares de São Paulo. Em algumas escolas, o temor de desagradar aos pais e perder os alunos acaba se sobrepondo à necessidade de impor ordem na sala de aula. A postura leniente com a disciplina explica-se, em parte, pelo número crescente de carteiras vazias. Em cinco anos foram abertas 2.000 novas instituições particulares de ensino fundamental e médio, enquanto a quantidade de alunos permaneceu inalterada.
(Fonte: Veja Edição 1904. 11 de maio de 2005)

“Sabemos que problemas educacionais ocorrem em varias áreas, como financeiras, culturais, sociais e pedagógicas, mas, para que haja mudança, deve ser feito um levantamento dessas dificuldades por meio de um diagnóstico da realidade e da busca das melhores formas possíveis para a elaboração de um projeto eficiente e eficaz. Com a participação de todos nas ações, podemos concretizar os objetivos para atingir a modificação e transformação desse desequilíbrio que se reflete na evasão escolar, em traumas psicológicos e nos processos pedagógicos educativos. Os processos de avaliação escolar também contribuem para essa crise no sistema educacional, pois a falta de diálogo entre o professor, o aluno, a escola, a família e a comunidade geram distância e falta de comprometimento, e estes se eximem de suas responsabilidades, contribuindo para o desrespeito e as diferenças e gerando a exclusão escolar. O papel do pedagogo é diagnosticar os problemas, buscar as soluções, avaliar as ações e a melhor maneira para solucionar os problemas, nunca desistir diante de conflitos e fracassos e buscar sempre alternativas por meio da troca de experiências”.
(Fonte: www.educacional.com.br/articulistas/outrosEducacao_artigo.asp? artigo=jucelia)

Cultura

“O Conceito antropológico de cultura passa necessariamente pelo dilema da unidade biológica e a grande diversidade cultural da espécie humana. Um dilema que permanece como tema central de numerosas polêmicas e que aponta para a preocupação há muito presente, com a diversidade de modos de comportamento existentes entre os diferentes povos. A cultura estrutura todo um sistema de orientação que tem uma lógica própria. Já foi o tempo em que se admitia existir sistemas culturais lógicos e sistemas culturais pré-lógicos. A coerência de um hábito cultural somente pode ser analisada a partir do sistema a que pertence. Todas as sociedades humanas dispõem de um sistema de classificação para o mundo natural que constitui categorias diversificadas e com características próprias”.
(Fonte: http://pt.shvoong.com/social-sciences/anthropology/1643717-cultura-um-conceito-antropol%C3%B3gico/)

“Os efeitos da cultura de massa já podem ser vistas ao redor do globo. A falta de respeito com as diferenças, a busca pela perfeição, condição humanamente impossível, nos torna casa vez mais escravos de armadilhas publicitárias, revoluções tecnológicas e tudo mais que é usado para nos afastar da condição de seres críticos, pensantes e diferentes por natureza”.
(Fonte: http://photos1.blogger.com/blogger/3100/4021/1600/drop.jpg)

“O princípio da dominação a partir da popularização da cultura de massa é claramente evidenciado através da televisão. Agindo como meio de comunicação predominante, falsamente rotulado como democrático e considerado o maior formador de opinião, a televisão promove e acentua a cada dia o conceito de homogeneização das mais diversas camadas sociais, contribuindo para uma massa acéfala e idiotizada, facilmente manipulável por elites unicamente interessadas em explorar de todas as formas possíveis um mercado consumidor ávido por produtos e necessidades impostas de forma ditatorial e indiscriminada”.
(Fonte: http://photos1.blogger.com/blogger/3100/4021/1600/drop.jpg)

“A cultura dos pobres sofre mais ameaças ainda: a discriminação, a repressão, a incerteza sobre o futuro, a precariedade. Estas ameaças obrigam a repensar a educação em sua profunda busca de construir “pessoas. A cultura como produção de uma comunidade concreta com práticas, valores e códigos. Podemos aprofundar nesta concepção simples, através de uma expressão revitalizada: a cultura popular. As crianças e os adolescentes dos bairros pobres chegam à escola, ao centro de apoio escolar, à creche comunitária, trazendo sua própria cultura. A comunidade, geradora viva desta cultura, demanda, cria condições e dá vida às instituições. Esta cultura penetra nelas, como uma luz que se infiltra inevitavelmente através das aberturas e dá forma aos espaços”.
(fonte: http://www.apc.org/pt-br/blog/crise-na-educacao-ou-construcao-da-educacao-partir)

“Como bem vemos, existe uma diversidade cultural enorme dentro de uma escola, principalmente as publicas e de periferia, uma grande riqueza a partir de poucos metros quadrados, alunos que gostam de RAP, Rock, Sertanejo, POP, Eletrônica, etc., etc, quanto aos desenvolvimentos então, os Nerds nada mais são do que os diferentes, são grupos de cultura própria também, os grupos de domínio dentro das escolas são grupos onde predomina a sua hegemonia cultural, os evangélicos, católicos, etc.…como se vê são muitas nações dentro de uma escola e como conviver com todos estes grupos diferentes no pensamento religioso, na cultura, nível social, “CONSTRUINDO A EDUCAÇÃO A PARTIR DA CULTURA”. Ao contrario do que acontece hoje em dia, quando se continua construindo a cultura a partir da educação e sendo a cultura muitas vezes relegada à zero”.
(Fonte: http://www.apc.org/pt-br/blog/crise-na-educacao-ou-construcao-da-educacao-partir)

“Substituímos a transmutação dos valores por sua comutação, sua transfiguração recíproca por sua indiferença mútua e sua confusão. No fundo, sua transdes valorização. A conjuntura contemporânea de reabilitação de todos os valores e de sua comutação indiferente é a pior de todas. Até mesmo a distinção do útil e do inútil não pode mais ser colocada, devido ao excesso de funcionalidade que leva à sua contaminação – é o fim do valor de uso. O verdadeiro se dilui frente ao mais verdadeiro – é o reinado da simulação. O falso é absorvido pelo demasiado falso para ser falso – é o fim da ilusão estética. E a perda do mal é ainda mais dolorosa que a do bem, a do falso mais doloroso ainda que a do verdadeiro”.
(Fonte: http://www.angelfire.com/sk/holgonsi/baudrillard.html)

"Não existe uma linguagem que esteja à altura de traduzir o estado atual das coisas".
(Fonte: http: www.frasear.com/web/Citacoes/quotations/quotation.aspx?id=42572)

"Se a coesão da nossa sociedade era mantida outrora pelo imaginário de progresso, ela o é hoje pelo imaginário da catástrofe"
(Fonte: http://www.pensador.info/autor/Jean_Baudrillard/)

"Nunca teria havido ciências humanas nem psicanálise se tivesse sido milagrosamente possível reduzir o homem a comportamentos racionais".

"Ninguém daria o menor apoio, nem teria a menor devoção por uma pessoa real".

“Não há mais grandes líderes para lhe dizer o que fazer e para aliviá-lo da responsabilidade pela consequência de seus atos; no mundo dos indivíduos há apenas outros indivíduos cujo exemplo seguir na condução das tarefas da própria vida, assumindo toda a responsabilidade pelas consequências de ter investido a confiança nesse e não em qualquer outro exemplo.” (Bauman,Zygmunt, 2001,p. 39)[...]

“Essa obra de arte que queremos moldar a partir do estofo quebradiço da vida chama-se “identidade”. Quando falamos de identidade há, no fundo de nossas mentes, uma tênue imagem de harmonia, lógica, consistência: todas as coisas que parecem – para nosso desespero eterno – faltar tanto e tão abominavelmente ao fluxo de nossa experiência. A busca da identidade é a busca incessante de deter ou tornar mais lento o fluxo, de solidificar o fluido, de dar forma ao disforme. Lutamos para negar, ou pelo menos encobrir, a terrível fluidez logo abaixo do fino envoltório da forma; tentamos desviar os olhos de vistas que eles não podem penetrar ou absorver. Mas as identidades, que não tornam o fluxo mais lento e muito menos o detêm, são mais parecidas com crostas que vez por outra endurecem sobre a lava vulcânica e que se fundem e dissolvem novamente antes de ter tempo de esfriar e fixar-se.  (Bauman,Zygmunt, 2001,p.97)

"A oposição entre os turistas e os vagabundos é a maior, a principal divisão da sociedade pós-moderna”, vagabundos "são luas escuras que refletem o brilho de sóis brilhantes; são os restos do mundo que se dedicaram aos serviços dos turistas".
"A pós-modernidade tem sido vista através de um conjunto de posições que são marcadas por uma negação, por uma rejeição ou por uma aceitação da mesma. Essas posições determinam a forma como vai ser encarada a relação entre a pós-modernidade e a educação. Partindo-se de uma posição negadora, é impossível se estabelecer aquela relação, pois a temática da pós-modernidade simplesmente não existe. A partir da rejeição, existe uma relação de oposição, ou seja, a pós-modernidade é algo somente reacionário e cabe à educação criticá-la no sentido de se evitar qualquer apropriação de seus elementos e/ou características no espaço escolar. Já na posição da aceitação, estabelece-se uma relação da pós-modernidade com a educação marcada por um otimismo total e ingênuo, e a relação gira em torno apenas das transformações de ordem técnica associadas ao desenvolvimento das novas tecnologias de informação e comunicação''.

"Para se fazer essa análise, elegeram-se as categorias da flexibilidade, do pluralismo e do consumo. A primeira para caracterizar a economia pós-moderna, a outra para a política pós-moderna e a última para a sociedade-cultura pós-moderna. Cada categoria também foi tomada como um desafio, no qual se procuraram evidenciar, então, as contradições produtivas que podem possibilitar a construção de uma educação pós-moderna crítica, entendendo-se, pela mesma, uma educação cujo olhar é interdisciplinar, e por isso tem como preocupação a formação global do indivíduo, isto é, uma formação para o mercado de trabalho, para a atuação política e para a vida na sociedade-cultura atual. Uma educação que se apropria dos princípios educativos pós-modernos, considerados aqui como a autonomia, a participação (ampliada) e a democracia dialógica, reconhecendo que esses princípios são indispensáveis para o exercício da nova cidadania, que exige um comportamento ativo em todas as esferas e em todos os momentos da vida em condições de pós-modernidade".

"Angústia e melancolia são sintomas do mal-estar da civilização moderna. Na pós-modernidade, condição do capitalismo contemporâneo, as mazelas da alma do ser humano não são diferentes. Pior: são ainda mais latentes, pois hoje a felicidade é um direito. E aparentemente está ao alcance de todos. Não conquistá-la é assumir-se um perdedor diante de um mundo que dá oportunidades para todos que querem ser donos de suas vidas".
Sentimento líquido
"É à luz desta condição que o filósofo e cientista político polonês Zygmunt Bauman escreve seus livros sobre comunidade, política, cultura, identidade e sentimentos líquidos. Bauman crê num mundo que destrói as principais instituições capazes de acolher o indivíduo em situações de sucesso ou fracasso".
Fonte:(http://www.colheradacultural.com.b%20por/)

"Numa sociedade líquido-moderna, as realizações individuais não podem solidificar-se em posses permanentes porque, em um piscar de olhos, os ativos se transformam em passivos, e as capacidades, em incapacidades. As condições de ação e as estratégias de reação envelhecem rapidamente e se tornam obsoletas antes de os atores terem uma chance de aprendê-las efetivamente". (pág.7)
Fonte: (http://blogdafaculdade.blogspot.com)

Conclusão:

A sociedade atual encontra-se em profunda crise, no qual somos remetidos a repensar nossos valores e atitudes. Nesse contexto incerto, o papel do profissional de educação precisa ser repensado. Como educadores engajados em um processo de transformação cultural e social são fundamentais que esses profissionais acreditem na educação, mesmo não tendo uma visão ingênua, acreditando, que essa sozinha possa transformar uma sociedade em que esta inserida e acreditem que sem ela nenhuma transformação profunda será realizada. O professor numa prática transformadora tem como objetivo principal valorizar a linguagem e a cultura do seu aluno, criando condições para que cada um deles analise seu contexto e produza.
Qualquer sociedade ou sistema que não investir na Educação e, permanece sempre divulgando os baixos índices, as estatísticas ou os indicadores. Que na verdade são importantes para analisar o processo educacional e seus resultados desagradáveis. A crise não está somente no tipo de sistema educacional, mas no sistema político ou ideológico. É evidente, se o atual sistema permanecer do jeito que está, os resultados ou tendência é piorar a qualidade do ensino desde o básico até ao ensino fundamental, médio e universitário. E o perfil social e econômico do povo é o resultado de uma cultura condicionada a uma sociedade que impõe suas regras e determinam seus próprios valores, não valorizando a coisa pública e sim a dominação de uma classe sobre a outra, permitindo a diferença social persuadido pelo Estado, garantindo a poucos um ensino de qualidade à pesquisa científica. As consequências sociais, econômicas e culturais da crise de nosso sistema educacional são muito graves, em especial se considerarmos o que ocorre no restante do mundo.
Como vimos, vários estudiosos, como Zigmunt Bauman e Jean Baudrilard, destacam que as características da cultura pós-moderna na sociedade, trata-se de uma característica de consumo, que limita o indivíduo à condição de consumidor. Os efeitos destas ações são as formas referentes ao consumo, estão relacionadas com os meios de comunicação, com a expansão das novas tecnologias e com as industrias de informação, que buscam ampliar uma mentalidade consumista.

Alunos: Jane, Josylene, Leilany, Lucia Souza e Rita.
Curso: Pedagogia